Sou mulher e não tenho educação Judaica e agora? Parte 1.3



Como você, que se encontra lendo esse breve texto, outras muitas mulheres devem estar nesse exato momento se perguntando a mesma coisa.
No terceiro dia daquela semana, D'us convocou Moshê ao topo da montanha, e deu-lhe as seguintes instruções acerca de como preparar o povo judeu para a Outorga da Torá: "Fale com as mulheres até mesmo antes que com os homens, dirija-se a elas gentilmente, e dê-lhes os princípios gerais. Os homens, por outro lado, devem ser ensinados de maneira severa, e devem ser bem-versados em todos os intricados detalhes das leis."
O fato de Hashem ter pedido a Moshê que as mulheres tivessem o privilégio de escutar e receber primeiro a Torah já nos indica de imediato a grande e absoluta importância da mulher dentro do Judaísmo. Ela é a alma da transmissão dos ensinamentos para as gerações futuras, pois possuem a proximidade naturalmente doce com os filhos. Mas e a mulher que não teve a educação Judaica, que se descobriu Bnei Anusim ou que quer se converter ao Judaísmo, o que fazer? Por onde começar? Que caminho seguir? E se a mulher já for mãe e casada, como fazer? E se for solteira?
A entrada no universo Judaico é complexa para homens e para mulheres, digo para os que não tiveram uma educação Judaica desde criança , logicamente. De início, digo que esse assunto não se esgotará nesse artigo.
O Judaismo se baseia principalmente no Amor à Torah, ao próximo, à D´us e ao compromisso com a unidade da família. Uma mulher, que tem filhos e marido e decide seguir o Judaísmo sozinha, terá grandes desafios. Nenhuma conversão deverá ser radical ao ponto de prejudicar a estrutura familiar atual e por outro lado o desejo da conversão não pode ser deixado de lado em função do comodismo familiar. A mulher precisará usar de sua sabedoria para reverter o quadro atual e levar sua família ao caminho do Eterno e da Torah.
Primeiramente ela terá que obter conhecimento. Esse conhecimento é de natureza muito abrangente e deverá ter cuidado para não se perder em assuntos que na prática não é direcionado para ela. O ideal é que ela faça uma leitura inicial da Torah , mesmo sem o conhecimento das entrelinhas e da explicação “oral do texto” . Apenas pegar a Torah e ler , palavra após palavra até o seu final. Essa leitura inicial fará com que ela passe a ter uma certa familiaridade com a base do Judaísmo, com o seu universo inicial , já obtendo um repertório de informações que posteriormente será elucidado e entendido da forma correta , saindo do contexto literal e indo para as “significâncias” profundas. Essa leitura inicial deve ser feita de forma calma, sem pressa e com o pensamento voltado para Hashem ( D´us) para que seja possível que o próprio Hashem lhe oriente nesse primeiro passo . Muita coisa poderá parecer estranha , mas creia que existe um sentido, ensinamento e justificativa para cada coisa , pois foi o próprio D´us que estabeleceu cada palavra presente na Torah.
Não existe prazo para que se termine essa primeira leitura ,mas eu sugiro que seja feita em 5 meses, um mês para cada livro , na forma que todo dia durante 5 meses se tenha algo para ler , forçando assim, já de início uma sistematização do tempo, controle da ansiedade , divisão das tarefas, compromisso e atenção pessoal. Também digo que é bom que a mulher cubra a cabeça com um pano ou até mesmo um Tichel, durante a leitura. Não faça alarde , busque ler em local tranquilo e em momento onde possa estar um pouco só. Seria esse um pequeno passo inicial.

Alexandre Brandão


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