Arrependimento e Judaísmo -Alexandre Brandão Shamash MOREJ Sefaradi


No Judaísmo o arrependimento não é só um ato de renovação pessoal porém uma pequena aliança estabelecida com o Eterno.
As leis estabelecidas pelo Eterno e divulgada por Moshé é uma prova inquestionável da confiança do Eterno na capacidade do Homem gerenciar sua própria condição, vida e destino. A doação das leis faz do Homem aquilo que foi projetado . No Judaismo o Homem não repassa para ninguém a responsabilidade pela sua salvação , não deixa nas costas de nenhum ser a culpa por  seus desvios passives de correção racional, dedicada e sincera , as leis representam de forma simplificada a confiança do Eterno  na capacidade  da sua criação.
Em nossa tradição original  e primordial o pecado não existe no sentido que existe para o mundo cristão. Na nossa tradição o erro é considerado como um desvio ou incapacidade pontual em seguir o que foi estabelecido pelo Eterno como sendo o guia , procedimento de vida e conduta para a Humanidade. Esse erro, falha, desvio, é corrigido pelo próprio reconhecimento do erro e pelo arrependimento, porém ,em momento algum ,tirando do Homem a responsabilidade por sua autocorreção. Na tradição original da comunhão diária com o Eterno, o Homem recebe a responsabilidade de usar todas as suas qualificações mentais, físicas e espirituais para o entendimento e cumprimento das leis, leis essas consideradas pela modernidade estéril como sendo demasiadamente complexas em uma quase afirmação da incapacidade Humana em melhorar-se constantemente.
Arrepender-se é entender, racionalizar, agir , esforçar-se e trabalhar para alcançar uma consonância com o universo de orientações, mandamentos, proibições e reflexões sutis indicadas pelo Criador.
Diria que ser Judeu religioso é algo trabalhoso que exige o máximo das potencialidades Humanas dadas pelo Criador  e é isso que o Eterno quis em seu projeto; Na condição de imagem e semelhança, a criação de D’us tem o potencial de constantemente caminhar em direção a completude Divida, porém sem igualar-se a ela. O potencial é combustível para a constante e árdua melhoria e o arrependimento um balanço responsável da condição do Homem no momento do ato de arrepender-se.
O níveis de entendimento da lei, da Torah, são infinitos e podem ser adequados à todo estágio de evolução integral do Homem. O estabelecido atende desde o iniciante honesto e justo até àquele que adentrou pelos portões da subjetividade reveladora do complexo emaranhado quebra-cabeça espiritual disfarçado para alguns de narrativa histórica e literária .
Arrepender-se é um portão de entrada no sistema  complexo de autoconhecimento , é traçar metas responsáveis e fazer um balanço salutar da própria condição.
É covarde dizer que alguém pagará  ou pagou por nossos erros (pecados) . Essa idéia não é presente e não exista no mais dee 5.000 anos de tradição . É uma idéia inventada, manipulada e sem bases nas escrituras . Como foi dito, o arrependimento não é suficiente, é a porta de entrada para retomar o trabalho duro ou o entendimento do ato de caminhar em constante comunhão com D'us.
Alexandre Brandão
Shemash Morej Sefaradi

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