Judaísmo para toda a Humanidade. Alexandre Brandão Shamash Morej Sefaradi

Falar sobre a universalização ou não do Judaísmo é extremamente complexo e de imediato informo que não podemos tratar desse assunto de forma conclusiva em um simples artigo. Essa discussão envolve justamente mais de 5000 anos de tradição e vai beber nas bases de edificação da formação do povo Judeu.

Mas nada impede um bate papo entre amigos sobre o assunto e garanto o meu comprometimento de sempre deixar pistas para uma pós consulta nas escrituras.

É mundialmente sabido , pelo menos é o que paira no inconsciente de boa parte da humanidade, que ser Judeu é ter nascido Judeu. Esse é um dos grandes erros cometido no campo do entendimento religioso e da Torah em sua caminhada ao longo do tempo. Sim, após Avraham , já em Moshé , o Eterno escolheu um grupo de pessoas  , um povo para ser guardião da Torah. Essa escolha , creio eu, foi uma decisão estratégica para evitar distorções provocadas pela divulgação indiscriminada, se fosse feita de forma imediata, na Torah.Nós acreditamos e sabemos que a Torah foi apresentada de forma escrita e outra parte foi direcionada para que fosse passada de geração em geração de forma oral, a Guemará. A orientação para a transmissão oral não foi pela falta da escrita como aconteceu em diversos pontos do planeta em outras culturas, foi uma orientação estratégica para que a Torah não pudesse ser entendida em sua totalidade apenas levando em consideração o que estava escrito. Como se um fosse a chave do outro, chave para abrir todo o conhecimento e possibilitar todo o entendimento.

Lembramos também que de Avraham saiu a nação mulçumana, naquela época os Ismaelitas, em referência à Ismael , um dos filhos de Avraham. Lembramos também que os descendentes de Avraham são infinitamente mais numerosos que o que entende-se pelo povo Judeu referenciado no Tonah. A aliança e a indicação do povo Judeu , acontece já em Moshé. Mas o povo Judeu é também o povo de Avraham .

Uma série de procedimentos foram tomados já no início para que o povo escolhido tivesse a garantia de permanecer coeso e guardar os Mandamentos de forma efetiva, os escritos e orais, no número de mais de 600 pois era de conhecimento as tentativas posteriores de exterminar o conhecimento, exterminando o povo que foi escolhido para guardar o conhecimento.

Aqui não teremos espaço para tratar das diásporas do povo judeu, das perseguições , das assimilações culturais , das conversões forçadas , dos nomes perdidos em funcão das conversões forçadas  e nem do seu “espalhamento” pelo mundo até o ponto de não ser possível atestar a descedência .

De uma forma resumida, trago essa afirmação aqui em avanço, toda a estratégia de sobrevivência foi apenas para que a Torah fosse guardada em sua integridade. Deduzimos que sem a Torah não existe Judaísmo, na verdade afirmamos isso . O respeito à Torah é o próprio Judaísmo. Todo o plano é que a Torah seja conhecida em sua composição fiel , por todo o mundo.

Muito se fala sobre a verificação do sobrenome para garantir documentalmente uma descendência judaica. Mas afirmamos que mesmo uma rastreabilidade 100% correta , verificando a tradição familiar coesa,  não garante que um judeu em questão, descendente dessa família , seja um Judeu na sua essência, essência essa que é a total conformidade com a Torah e a sua guarda integral.

Em um de nossos artigos , falamos sobre a tradição Sefaradi, a ida do povo Judeu para a peníssula ibérica, norte da  África, Marrocos e posteriormente para Portugal. Nesse momento vários judeus foram obrigados a se converterem ao catolicismo e a incorporarem sobrenomes específicos e em muitos casos a abandonarem totalmente o sobrenome anterior . Potugal recentemente admitiu um erro secular , justamente relacionado aos Sefaradis. Isso foi uma luz no que já se imaginava. O povo Judeu é muito maior e mais numeroso do que o coletivo entende ou acha como sendo. Você mesmo que encontra-se lendo este artigo pode ser de origem Sefaradi e nem sabe disso. Porém volto a dizer que ser Judeu é guardar a TORAH. Um convertido não Judeu , no que se refere a rastreabilidade genealógica inquestionável, passa a ser Judeu quando guarda a Torah e um Judeu  , no que se refere a rastreabilidade genealógica inquestionável, que não guarda a Torah passa a ser um infrator crítico .

O Judaísmo não é uma religião , pois religião, religare, quer dizer religação. O Judaísmo é ligação e é para toda a criação do eterno. Hoje a Torah é conhecida por todos , a Guemará , Talmud, já estão praticamente traduzidos em todas as línguas e as portas da perfeita conversão abertas assim como as portas do retorno à ligação.

O plano , é que tudo que por um tempo foi particular ,se torne cometivo ,para toda a humanidade e nesse intervalo, integrações , conversões , retornos, acontecerão .

O Judaísmo é para o coração sincero, para a mente disposta, para a razão direta .

Alexandre Brandão

Shemash Morej Sefaradi

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