A fisiologia do jejum.

 Muito sabemos sobre Purim e sobre o jejum de Ester e seu objetivo e significado para nosso povo , porém pouco se fala da natureza do jejum e suas implicações espirituais e fisiológicas e na linha de pensamento da restauração dos conceitos mais profundos , precisamos discutir e pensar sobre a natureza de nossas ações .

Quero abrir esse pequeno texto com uma passagem do Tanya:

“...significando que ele, isto é, David, o autor do versículo, estava desprovido da má natureza, tendo a aniquilado através do jejum.

David extirpou sua má natureza através do jejum; outros meios, porém, também são possíveis. ”

O jejum tem como principal objetivo promover um choque em nossa natureza corpórea tirando-a do hábito diário e da rotina fisiológica e direcionando o cérebro para que o mesmo possa administrar essa condição que aparece para o indivíduo como um alerta vermelho. O cérebro entende que algo saiu da rotina e que a falta de alimento pode ser um indicativo de perigo para o corpo. Dessa forma ele se volta para inspecionar e acompanhar essa situação desconfortável, principalmente nas primeiras horas. Quando deslocamos o cérebro de forma obrigatória para outros assuntos mais urgentes, pois ele como integrante do conjunto corpóreo depende também da conservação do todo. Tiramos ele da contemplação das tentações. O corpo terá uma queda em energia e o cérebro mandará um comando para que o corpo se movimente menos, para que se fale menos, para que os hormônios sejam reduzidos e naturalmente passamos a mudar o nosso foco para dentro e de forma, mesmo que superficial, ficamos teoricamente perto de um possível presságio da morte física, mesmo que ilusório, estreitando nossa relação com a Divindade, focando apenas no essencial  e potencializando nossas súplicas .

Dessa forma, em momentos críticos, conseguimos forçar todo o nosso corpo a ficar sob nosso comando e passamos a ditar as regras. Para o Eterno ali acontece não um autoflagelo, mas sim uma ação que dá testemunho que nossa mente pode domar nosso corpo e que nosso querer espiritual pode domar a nossa mente , valorizando e glorificando o Eterno e a sua criação .

 

Alexandre Brandão

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